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Quando a dor já não dói mais...


Dor de amor não dói tanto quanto a dor do amor próprio. Esse sim, dilacera a alma.

Aos poucos que me conhecem, sabem que tenho uma vida conturbada. Sou praticamente uma ilha cercada de problemas por todos os lados. Não há onde eu olhe que não veja um tsunami de confusão.

Quantas vezes meu coração e minha alma se quebraram. Gastei tubos de cola remendando pedacinho por pedacinho.

Por favor, não me julguem quando eu me apego a um pedacinho de felicidade, mesmo que seja falsa. Mas é essa falsa alegria tudo o que tenho.

Quem me dera que essa falsidade fosse eterna. Quem sabe um dia minha paz se sobreporia à terra. E viver seria só festejar.

Mas não há falsidade que dure para sempre. A maldita verdade sempre tem que dar a caras. Ela ri de mim, se delicia com as minhas lágrimas que não queria jamais derramar.

Sabe, tenho vocação para ser a bruxa má de qualquer conto infantil. Não tenho olhar meigo, nem voz doce, nem um corpo delicado. Nenhum príncipe encantando me deseja.

Sou a vilã que sofre como a mocinha de novela mexicana. Sou enganada, traída, enganada novamente, me envolvi em tantas mentiras que nem sei como saí delas.

Aliás, sei sim. Passe um final de semana inteiro com duas cartelas de rivotril e diazepan. Dormi quase tanto a bela adormecida, sem a parte da bela.

Quando dei por mim já era segunda, e tudo ficou claro... as mentiras e as enganações. E eu, que me julgo tão inteligente, me senti patética.

Na minha pequena ilha cercada de problemas estão os cacos da minha alma, da minha esperança, da minha alegria. A cola acabou. Não dá para remendar, mais uma vez, a minha alma. Passeio pela areia e meus pés sangram com os cortes profundos dos vidros. Mas essa dor não me importa mais. Meu sangue infeccioso já não me pertence mais.

Sento em meio os cacos e vejo as ondas do mar trazendo todos os meus problemas por todos os lados. Sozinha, olho para o lado e vejo a maçã que eu mesma envenenei. Só, que ao invés de entregar à doce Branca de Neve... eu mesma a comerei. Juro que será o último gosto amargo que sentirei nessa vida.

2 Response to "Quando a dor já não dói mais..."

  1. Anônimo says:

    Como eu te entendo. =/

    Viver numa eterna melancolia, aí vamos nós.

    Mi

    Seríamos góticas, se não fôssemos emo! rs

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